Pteronotus rubiginosus (Wagner, 1843)

Pteronotus rubiginosus é um morcego pertencente à família Mormoopidae Saussure, 1860. Atualmente no Brasil três espécies do gênero Pteronotus já foram observadas utilizando cavernas como abrigo, sendo elas; Pteronotus personatus (Wagner, 1843), Pteronotus gymnonotus (Wagner, 1843) e Pteronotus rubiginosus (PAVAN, 2016). Estas espécies apresentam características comportamentais de forrageio distintas, fato que possibilita a coabitação em uma mesma área ou caverna (PEREIRA; REIS; TAVARES, 2022).

O Animal Cavernícola do Ano Internacional escolhido para o Brasil, Pteronotus rubiginosus apresenta ampla distribuição na Região Neotropical. Ocorre do México a Venezuela, Cuba, Jamaica, Porto Rico, Hispaniola, São Vicente, Trinidad e Tobago, Haiti, Guianas, Peru, Bolívia e Brasil, onde já foi observado nos estados do Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e no Distrito Federal. Pteronotus rubiginosus é a maior espécie da família, apresenta olhos pequenos, lábios expandidos e ornados com presença de pelos espessos em torno do lábio superior, o que se assemelha a um bigode. Por isso, é popularmente conhecido como “morcego de bigode”. Sua dieta insetívora é baseada principalmente no consumo de lepidópteras e coleópteras.

Pteronotus rubiginosus possui comportamento gregário em alguns casos formando populações excepcionalmente grandes, que podem variar de dezenas de milhares até milhões de indivíduos. As cavernas que abrigam estas grandes populações são chamadas de bat caves e, em alguns casos podem ser chamadas também de hot caves, quando tais cavernas apresentam temperaturas mais elevadas devido ao calor corporal irradiado pelas colônias formadas por dezenas de milhares de morcegos. Grandes populações de morcegos são de extrema importância, pois prestam importantes serviços ecossistêmicos atuando na polinização, dispersão de sementes de diversas plantas, controle biológico de insetos (alguns inclusive, considerados pragas agrícolas) e contribuem de forma significativa com o aporte energético nas cavernas (PIMENTEL et al., 2022).

Os morcegos do gênero Pteronotus possuem hábito alimentar insetívoro e podem consumir grande quantidade de insetos em uma única noite. Estudos recentes demonstram que um único indivíduo pode chegar a consumir até 28% de seu peso corporal em insetos numa mesma noite, ou seja, cerca de 2 gramas por morcego. Esse volume, quando extrapolado para grandes colônias, pode chegar a toneladas de insetos consumidos em poucos dias sendo, portanto, um importante agente biológico no controle de pragas e vetores de doenças desempenhando um importante serviço ecossistêmico (PIMENTEL et al., 2022).

BIBLIOGRAFIA

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